segunda-feira, 20 de junho de 2011

Uma escola artesanal!

Semanas atrás um dos escritores que eu mais gosto foi ao programa do Jô. Daí foi feita a apresentação dos entrevistados e o Jô disse: tenho a honra de conversar com Rubens Alves! Na hora, defendi meu amigo: Rubem Alves! O próprio também fez cara feia e tentou corrigir lá da sua cadeira, e o Jô ficou lá da frente sem entender e depois de um tempão: Ahh, tá... Rubem, sem "s" né? Ele continuou de cara feia, claro!
Rubem Alves é minha inspiração pra ter esperança em relação a educação. Sobre minha realidade, a nossa escola é bem diferente do convencional. Temos atividades com oficineiros além das disciplinas comuns, temos atrações culturais, como teatro, música, poesia, aula de dança, de informática e contação de histórias. Coisas que só poderia imaginar no meu sonho da "Escola da Ponte"! Mas temos um grande problema de aceitação não só pelos alunos, como pelos professores e gestores. A gente ainda não se apropriou da ideia. A gente gosta do formato "linha de montagem" na educação até que todos tenham aprendido o básico pelo menos! É impossível agradar a todos! Mas tem me agradado, e muito! Na última semana assistimos uma apresentação do Teatro do Oprimido, foi ótimo, crítico, libertador, e agitou meu cérebro pra ver as coisas como elas são de verdade. Como disse um aluno do 5o termo: a escola nos ensina a viver melhor no nosso mundo, e não só o português e a matemática! Acredito que se Rubem Alves viesse visitar nossa escola, como ele fez com a escola portuguesa, ele diria que estamos no caminho certo! Mas todo mundo tem que acreditar!

"Numa terra de fugitivos aquele que anda na direção contrária parece estar fugindo."
T. S. Eliot

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Me diga por quê?

Eu nunca fui muito levada da breca, e por isso ao contrário de muitos amigos, nunca quebrei nenhuma parte do meu corpo, até ontem! Acabou a luz, os alunos foram dispensados e nós tivemos que continuar na escola, por 3 horas no escuro, com as baratas, sem fazer nada, para cumprir horário! Fui engessada! Vou contar o que aconteceu. Mas pra isso voltemos há 4 anos atrás.

2006 - Unesp Botucatu - Centro Acadêmico - Encontro Nacional dos Estudantes de Biologia - nas férias! Que pena! Mas era minha hora de não pensar só em mim, e fui! E pra falar a verdade eu não sabia de nada, eu fui apresentada a tudo isso: feira-de-trocas, economia solidária, poesia, mídia independente, diálogos, vegetarianismo, movimentações orgânicas, horizontais, cooperativas, MST, MAB, etc.

Voltei com alguns centímetros a mais na cabeça, e em pouco tempo esqueci tudo, e continuei minha vida alienada. Mas vira-e-mexe essas coisas ressuscitam e consigo compreender elas num sentido mais complexo.

Agora sim, voltando a 2011, sou funcionária pública em estágio probatório da minha saudosa cidade. Sou Professora!
E vejo com meu próprio corpo como a hierarquia e burocracia são capazes de engessar uma pessoa de uma forma tão perversa e cruel que usa o medo para oprimir e manter a ordem, mesmo a educação cada vez mais "sem sentido".

Gostaria que meus superiores respondessem essa música do Tom Zé - Senhor Cidadão - Por quê? Com quantos quilos de medo se faz uma tradição? O Senhor cidadão... que vida amarga!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

É mais certo ser feliz no interior!

Final de semana é tempo de lazer! A gente aprende na escola, na igreja ou em casa que existem muitas coisas pra fazer e se divertir! Pois é, mas em SBC uma cidade grande como tantas outras vocês podem imaginar a dificuldade que desde criança eu soube que existia pra se divertir! No fim das contas a gente acaba alugando um filme, ou assistindo "Como se fosse a primeira vez" na TNT. Foi assim que hoje conheço de cor tantos filmes! Mas depois que voltei da faculdade já não quero mais ver filme TODO fim de semana, e continuo mão de vaca pra pagar cinema, teatro, jantar fora, jogar boliche! Isso só de veeeeez em quando! Meus novos amigos não são caseiros, somos "escoteiros" e um dia desses a gente saiu de noite pra comer biscoito, salgadinho, tomar chá mate e dar muita risada por aí... Acabamos numa fogueira já começada, arranjamos mais gravetos pela redondeza porque o frio era demais! Dividimos batata com requeijão e lembrei de quando lá na chácara, em Monte Alegre do Sul, a fogueira fazia tanto sucesso. Foi uma delícia, me diverti à beça! No dia seguinte me lembrei que talvez isto seja crime. Digitei no Google, e li a primeira resposta (e mais ridícula) do yahoo que dizia que: - é falta de senso, de cérebro! É errado ser feliz em SBC! Pra quem leu "1984" e "Admirável Mundo Novo", sabe que em breve teremos lugares restritos e caríssimos pra se fazer fogueira...

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Quem já serviu sucos?

Todo mundo já passou por essa situação: a de ganhar um presente e querer trocar porque não gostou. Melhor do que a roupa ficar parada no guarda-roupa! Mas vocês sabiam que a loja só faz isso se for "boazinha"? Não é direito do consumidor. Aqui no Brasil só é lei se a troca for por defeito! Só que o "jeitinho brasileiro" sempre reinou e eu nunca tinha visto uma loja recusar um pedido de troca por gosto, principalmente quando foi presente! E foi o que aconteceu, depois da moça chamar a a gerente, que ligou pra supervisora, que perguntou pra super-supervisora, que descobriu que não tinha mais pra quem perguntar, a mocinha da loja conseguiu trocar a peça! Na escola a gente vive dando uns "jeitinhos" também, e em todo lugar é assim. Talvez essa seja a forma da gente fazer algo de bom pelos outros, já que se for deixar pra justiça: -A corda sempre estoura pro lado mais fraco- como disse a própria PM no caso de um amigo que ano passado fez um BO contra um PM que "teria" roubado sua câmera de vídeo durante uma revista; e mais além com o caso da juiza que prendeu as vendedoras que não deixaram ela trocar uma roupa no shopping! Deixa quieto, e vamos dando um jeito, não vou mais chamar de jeitinho, porque é pejorativo chamar assim algo que ultimamente me parece tão bom! Daí a quermesse de um domingo tão frio como o de ontem terminou inesperadamente, e muita gente sobrou com dinheiro em fichas cor-de-rosa que com certeza não servirão pra nada na semana que vem. O menino da tenda de sucos agiu contra seus superiores (que ninguém sabe quem são, nem ele mesmo) e fez questão de continuar sozinho noite adentro com apenas 1 liquidificador trabalhando e serviu quanto suco fosse necessário pro pessoal gastar as fichas de algum jeito!